O que mais nos chama
a atenção, vivendo em Portugal, é a capacidade que esse país tem de olhar para
si, ver suas deficiências e atuar no sentido de resolver seus problemas.
Quando este país
percebeu a seriedade da crise que viveu entre 2010 e 2014, quando ficou clara a
necessidade de se abrir ao mundo, crescer e se redescobrir e, finalmente,
reconhecer o envelhecimento acelerado de sua população, não restou nada mais a
fazer que arregaçar as mangas e trabalhar no sentido de mudar.
O texto que
publicaremos abaixo é uma reportagem do Jornal Diário de Notícias, edição do
dia 20/10/2019,(https://www.dn.pt/edicao-do-dia/20-out-2019/o-retrato-de-portugal-na-europa-envelhecido-com-pouca-educacao-e-mal-pago-11425184.html), onde uma análise nua e crua nos mostra como
está Portugal.
E daí o título desta
nossa matéria: O drama de Portugal e por que ele precisa de você.
“ Envelhecido, com pouca educação, mal pago. O retrato de
Portugal na Europa
No Dia Europeu
da Estatística, a Pordata lança um retrato de Portugal na Europa, uma
comparação com os outros Estados-membros em 11 áreas da sociedade.
Portugal é dos
países mais envelhecidos da União Europeia, com esperança média de vida
superior à média dos 28 países da EU.
Os portugueses
são dos que trabalham mais horas na Europa, mas têm menos formação e uma
produtividade inferior. Estão também entre os que menos recebem. Estas são
algumas conclusões do Retrato de Portugal na Europa, uma série de 80
estatísticas lançadas neste domingo pelo Pordata, para assinalar o Dia Europeu
da Estatística.
"Esta é
uma atualização aos dados apresentados há um ano em Bruxelas e que nos parecem
muito importantes para que as pessoas tenham conhecimento de como Portugal se
coloca no contexto da UE", afirmou ao DN/Dinheiro Vivo Gonçalo Saraiva
Matias, diretor de Estudos da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).
Entre os 11
cenários analisados pelo gabinete de estatísticas da FFMS, o do emprego é o
menos animador. Portugal tem uma taxa de atividade de 58,9% ligeiramente acima
da média da UE (57%) e, no total dos 28 Estados membros, é o país que tem um
nível de escolaridade dos empregadores mais baixo. Na prática, por cada cem
patrões, metade não chegou a completar o ensino superior ou secundário. O
cenário repete-se nos empregados: por cada cem pessoas que trabalham por conta
de outrem, 42,2 não têm formação secundária ou superior. Portugal é mesmo,
entre os 28, o país onde a educação é mais baixa, logo seguido por Malta,
Espanha e Itália (em ambos os indicadores).
Mas o esforço
para melhorar tem sido grande: em 2002, quase 80% dos patrões ficavam-se pelo
ensino básico. "Penso que é um fator que ajuda a explicar parte do
desajuste estrutural de Portugal [face a outros países], mas a evolução mostra
o grande investimento que tem sido feito na educação", destaca Gonçalo
Saraiva Matias.
Num mercado de
trabalho onde as mulheres ainda têm menos palco do que os homens (50,4% vs. 60,2%),
uma realidade que se estende a toda a Europa, Portugal destaca-se entre os
que trabalham mais horas: 35,8 horas semanais, o quinto maior valor da UE e dez
horas a mais do que as que se trabalha por semana na Alemanha, o país com menor
carga laboral entre os 28. "Há uma ideia errada de que no sul da Europa se
trabalha pouco, há muitas férias e muitos fins de semana. Estes dados
desmentem-no", lembra o diretor de estudos da FFMS.
Muito tempo no
trabalho não significa, porém, alto rendimento - pelo contrário, os
trabalhadores portugueses são os sextos menos produtivos da UE. A diferença
entre as horas trabalhadas e o baixo rendimento só é maior na Polónia, o país
onde se trabalha mais tempo e o quarto menos produtivo da UE. Em Portugal, a
produtividade, que é medida em função das horas trabalhadas, é de 64,1, bem
menos de metade da Irlanda, o país mais produtivo (178).
No que se
refere a salários, os portugueses não ficam melhor no retrato: estão em 21.º
lugar. A remuneração média é de 25 526 PPS (poder de compra padrão, unidade
artificial que pesa quanto dinheiro permite comprar a mesma quantidade de bens
e serviços em todos os países), quando a média da Europa é de 37 mil PPS. No
Luxemburgo, o país onde os trabalhadores recebem melhor, são 56 900 PPS.
Quando o tema
é o mercado de trabalho é que Portugal consegue brilhar na comparação europeia,
com uma taxa de desemprego que se fixa nos 6,6% nos homens e nos 7,4% nas
mulheres.
Há ainda outro
tema em que Portugal se destaca, quando se alarga o espectro para fora do
mercado laboral: a esperança média de vida, que é por cá superior à média
europeia. Também é boa notícia o facto de sermos o país com a sétima menor
taxa de mortalidade infantil, o que, lembra Gonçalo Saraiva Matias, é fruto de
um grande investimento em saúde ao longo dos anos. Temos ainda o quarto maior
consumo privado em percentagem do PIB.
No que
respeita ao assunto do momento, o ambiente, a fotografia também nos favorece,
com um valor inferior à média europeia no que respeita ao número de emissões de
gases com efeito estufa.
Dez curiosidades
(nem sempre boas) de Portugal na Europa
1. É o 3.º país
com menor percentagem de jovens no total da sua população residente.
2. É, com a
Alemanha, o país onde a fatura da eletricidade é mais pesada.
3. Vive-se em
média mais ano e meio do que na média europeia - 81,6 anos.
4. É o 7.º país
com menor taxa de mortalidade infantil.
5. Está em quinto
lugar entre os países com maior desigualdade na distribuição dos rendimentos.
6. É o 7.º país
com maior abandono escolar.
7. É o país com
maior percentagem de trabalhadores sem ensino secundário.
8. É o 3.º país
com maior percentagem de trabalhadores com contrato de trabalho temporário.
9. É o 3.º país
com maior dívida das administrações públicas.
10. É o terceiro
país da UE com menos empresas com um website. “
Então é nessa situação onde nos
encontramos. A necessidade de mão de obra qualificada, de processos, de
inovação, de juventude, de força motriz, de quem tenha disposição para
transformar Portugal numa grande nação, moderna e revitalizada.
Ganhar dinheiro possivelmente pode
acontecer em 10 anos, mas, desde já, Portugal oferece: segurança, decência,
educação, oportunidades de trabalho e muita tranquilidade para sua vida e para
sua família crescer.
Isso tem muito VALOR!
Por isso estamos aqui, por isso nossa
Consultoria, a qual permanece à sua disposição.
Abraços
Luciane e Fernando
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