As projeções mostram que os países do Sul da Europa, nomeadamente Portugal, Espanha e Grécia, vão apresentar um maior crescimento económico do que os do centro e norte da Zona Euro.
No entanto, recuamos no tempo para nos lembrarmos que entre 2011 e 2013 estes países estavam em plena recessão, eram muito pouco competitivos, tinham um grande défice da balança corrente e uma elevada dívida privada.
No entanto, uma década depois, parece que alguns problemas foram resolvidos e que a perspetiva é de crescimento, ao contrário dos países da Europa Central, aponta uma análise feita pelo ‘elEconomista’.
As previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que Portugal, Espanha e Grécia vão crescer em 2024 na ordem dos 2%, ou seja, uma taxa que em muitos casos duplicará a das grandes economias da Europa Central e do Sul, e que o fosso do PIB per capita tenderá a reduzir-se nos próximos anos.
Apontam assim dois fatores que vão impulsionar a economia dos países do Sul da Europa em comparação com a Alemanha ou os Países Baixos, o bom desempenho das economias e o turismo que catapultou a recuperação.
De sublinhar que, do lado oposto, temos países em que as economias dependem muito da indústria e do gás barato, e que foram afetadas devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Mathieu Savary, estrategista-chefe de investimentos para a Europa da BCA Researc, explica em declarações ao ‘elEconomista’ que parte desta situação está relacionada com o fraco desempenho da Alemanha e não com o desempenho superior da periferia. “O ciclo industrial global tem sido extremamente fraco porque o crescimento chinês continua morno, os stocks globais estavam muito altos e o consumidor dos EUA restringiu as suas compras de bens, depois de esbanjar durante a pandemia. A indústria transformadora representa uma maior parte do VAB da Alemanha do que qualquer outra economia da Zona Euro. Como resultado, a Alemanha é a que mais sofre com a fraqueza do ciclo industrial global. Para piorar, a forte exposição da Alemanha à energia russa acentuou as suas contrariedades em comparação com o resto da Zona Euro”.
Já olhando para os países do Sul da Europa, o especialista aponta que “o bloco mediterrânico resistiu à pandemia e à crise energética e agora está a comportar-se surpreendentemente bem, apesar das taxas de juros mais altas”.
Fonte: Executive Digest – SAPO
Mérito de Reportagem: André Manuel Mendes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, deixe seu nome e e-mail para recontato. Comente aqui...