Portugal, Reino Unido e EUA sofrem do mesmo problema: Falta mão de obra.


De acordo com uma pesquisa da Câmara de Comércio Britânica (CCB) que envolveu mais de 5.700 empresas, 70% das companhias teve problemas em recrutar  funcionários, durante o segundo trimestre de 2021. O setor mais afetado foi a construção civil, (82%), seguido da hotelaria (79%) e da restauração (76%). “À medida que as empresas regressam à normalidade, a falta de mão obra trai as aspirações e os resultados”, explicou o presidente da CCB, Jane Gratton, num comunicado enviado à imprensa.

O último relatório do Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido (ONS) revela que o número de ofertas de emprego publicadas entre abril e junho superou os níveis de pré-pandemia: 862 mil, quase 10% a mais do que os registados entre janeiro e março de 2020.

O desafio de preencher estes postos não é uma novidade para o Estado britânico, mas sim a repetição de um fenómeno que se apoderou do país e das empresas, depois da entrada em vigor do acordo de saída do Brexit, em janeiro deste ano.

Segundo um relatório elaborado pela Confederação britânica de Emprego e Seleção de Pessoal (REC) e pela consultora KPMG, o número de trabalhadores disponíveis no Reino Unido caiu, como não era visto desde 1997.

O cenário repete-se nos EUA

Nos Estados Unidos este cenário repete-se. Em junho, as empresas norte-americanas reportaram ao Departamento do Trabalho da administração de Joe Biden um número recorde 10,07 milhões de postos de trabalho, para os quais ainda não conseguiram encontrar o colaborador certo.

Este valor registou uma subida considerável, quando comparado com as 9,48 milhões de vagas deste tipo, contabilizadas em maio, e os 6,11 milhões postos de trabalho “vazios” registados em junho de 2020.


O aumento de maio para junho foi sobretudo alimentado pelo setor privado que ficou com mais 553 mil vagas por preencher, enquanto a função pública procura ainda colaboradores para 37 mil postos de trabalho.


Por outro lado, o número de contratações aumentou para 6,7 milhões, um crescimento de 697 mil em relação a maio, tendo o principal impulso sido observado no setor do retalho (291.000), escolas (94.000); e indústria transformadora (36.000).

Na semana passada, o Departamento do Trabalho informou que a taxa de desemprego bateu nos 5,4% em julho, 0,5% abaixo do valor registado em maio.


Em Portugal, o talento está em “vias de extinção”

Em Portugal a escassez de talento atinge também níveis historicamente altos e alcança os 60%, 3 pontos percentuais acima do valor registado em 2019, de acordo com um estudo da ManpowerGroup Portugal.


O estudo revela ainda que 18% e 42% das empresas nacionais sentem muita e alguma dificuldade em recrutar, respetivamente, sendo que 29% afirmam não ter dificuldade na contratação e 11% não sabe dar uma resposta.

“A pandemia está a provocar uma profunda transformação no mundo do trabalho. Nos últimos meses, novos modelos de trabalho ganharam protagonismo, bem como novas preferências e aspirações dos trabalhadores, ao nível das oportunidades de carreira, dos valores ou do propósito da empresa”, explica Rui Teixeira, Chief Operations Officer do ManpowerGroup Portugal, em entrevista à Executive Digest.


Funções de Logística e Operações entre as mais difíceis de preencher.

À medida que as organizações se transformam e digitalizam, as necessidades de competências também evoluem. Os empregadores procuram hoje a combinação certa entre hard e soft skills, o que vem acentuar a dificuldade na contratação.

Em Portugal, as funções de Operações e Logística são aquelas que registam o maior número de empregadores a relatar dificuldades em contratar (25%), seguindo-se as funções de Indústria e Produção, com 20%.

Como lembra Rui Teixeira, com o acelerar da realidade do mercado, “funções tão simples como a desempenhada por um  mecânico de veículos combustão mudou por completo com a chegada dos carros elétricos”.




Fonte: Executive Digest Sapo

https://executivedigest.sapo.pt/portugal-reino-unido-e-eua-sofrem-do-mesmo-problema-falta-mao-de-obra/

Mérito de Reportagem: Fábio Carvalho da Silva 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, deixe seu nome e e-mail para recontato. Comente aqui...

Postagem mais recente

A gente quer falar de Portugal!

 Olá, caro leitor(a). Ficamos meses sem postar nada nesse canal, por acharmos que não estava sendo eficiente, nem do ponto de vista de negóc...

Seguidores

Top Posts