A grande maioria das empresas não pretende dispensar colaboradores em 2021, sendo que 61% espera proceder a novas contratações. Apenas 20% admite despedimentos.
A maioria dos
empregadores nacionais está otimista quanto ao decorrer do ano. Apesar de 43%
admitirem que a sua empresa precisará de um a dois anos para chegar a uma
situação económica idêntica ao período de antes da Covid-19, as contratações
não deverão parar este ano para a generalidade dos empregadores. Mais de 60% admite mesmo intenção de contratar até ao final do
ano, segundo uma sondagem da Adecco.
No que toca a
intenções de dispensa de colaboradores, 80% afirma que não vai
despedir funcionários em 2021, enquanto os restantes 20% admitem a
possibilidade de procederem a despedimentos ainda durante este ano.
Já
dentro das empresas que não vão dispensar colaboradores, 61% afirma mesmo que
tem intenções de contratar novos membros para as equipas, e 39% deverá
manter-se com a equipa atual, sem alterações.
“Das
empresas que não irão dispensar colaboradores, 61% considera a hipótese de ter
que admitir mais funcionários precisamente na mesma área em que algumas
empresas irão despedir: área fabril (47%), administrativa (28%) e logística
(19%)”, lê-se no sondagem “O Futuro do Trabalho: Impacto da Covid-19 no
emprego”, da Adecco Portugal, que, após um ano de pandemia, sondou 100 empresas
portuguesas para tentar perceber como as medidas sanitárias de combate à Covid-19
impactaram as suas atividades e que consequências tiveram nos recursos humanos.
“A
grande ilação que a Adecco Portugal retira desta sondagem é que, não obstante
mais de metade das empresas ter tido um impacto negativo ou parcialmente
negativo (59%) em virtude da pandemia, os apoios ao emprego libertados pela
Governo durante o primeiro trimestre de 2021 permitiram à esmagadora maioria
das empresas inquiridas (80%), não ter intenções de despedir colaboradores”,
afirma a empresa, citada em comunicado.
Contudo,
a maioria das respostas a esta sondagem são dos setores do retalho e indústria,
que sofreram um menor impacto da pandemia, ao contrário de setores ligados ao
turismo, como hotelaria e restauração, por exemplo.
Contratação:
dificuldade e melhorias a implementar
Durante
a pandemia, a falta de
colaboradores mais especializados (63%) e com skills mais
polivalentes (57%) têm sido as maiores dificuldades das
empresas no que toca a contratação de talento. Já a insuficiência de apoios
públicos, legislação laboral e encargos sociais elevados são fatores menos
negativos, com 22%, 30% e 33% das empresas a considerarem-nos, respetivamente,
dificuldades.
Perante estes
obstáculos, as empresas inquiridas apontam uma necessidade crescente de
apostar na formação profissional (17%). “O que faz notar que a
oferta, de momento, ainda é inferior à procura e que as formações práticas são
tão importantes como as teóricas”, refere a Adecco.
As empresas
apontam também uma necessidade de melhorar as remunerações, bem como de reformular
os horários e turnos, com 10% dos empregadores a proporem cada uma das medidas.
“A pandemia
obrigou as empresas a pensar nas suas equipas de outra forma e a fazer um
aproveitamento diferente dos seus tempos de trabalho. A Revisão do Código do
Trabalho é uma sugestão que afeta alguns setores em particular a par com a
formação on job que tem vindo a ser cada vez mais
importante fazendo até com que várias empresas invistam em simuladores para que
os seus trabalhadores possam testar e aperfeiçoar competências mais práticas”,
conclui a empresa de recursos humanos.
Fonte: ECO - SAPO
https://eco.sapo.pt/2021/07/06/cerca-de-60-das-empresas-nacionais-tem-intencoes-de-contratar-ate-final-do-ano/
Mérito de reportagem: Joana Nabais Ferreira
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