Portugal vai
fazer dez pedidos de desembolso a fundo perdido e mais sete dos empréstimos. 
Bruxelas só
liberta verbas com cumprimento de metas. Primeira tranche poderá chegar em
julho.
Os 16,6 mil milhões de euros da
bazuca europeia que estão reservados para Portugal podem dar ao produto interno
bruto (PIB) um ganho adicional até 2,4% e criar cerca de 50 mil empregos. 
Os cálculos são da Comissão Europeia
(CE) e foram divulgados ontem, depois de anunciada a "luz verde" de
Bruxelas ao plano de recuperação e resiliência (PRR) apresentado pelo governo
em abril.
"As simulações realizadas pela
Comissão mostram que o impacto económico do NextGenerationEU em Portugal poderá
induzir, até 2026, um aumento do PIB compreendido entre 1,5% e 2,4%",
lê-se na análise de Bruxelas que serviu de base à decisão para validar o plano
português.
Esse impulso extra à atividade
económica decorre também do que acontecerá noutros Estados-membros com os
fundos da bazuca - as chamadas "repercussões induzidas" que
"serão responsáveis por uma parte substancial desse impacto", refere
o relatório. "As repercussões induzidas a nível transnacional representam
0,5 pontos percentuais em 2026, atestando o valor acrescentado da sincronização
das despesas entre os vários Estados-membros", indicam os cálculos.
O exercício para avaliar o impacto e
efeitos colaterais dos investimentos previstos no plano tem um horizonte de
duas décadas (simulações não incluem as reformas estruturais). "Após o
decurso de um período de 20 anos, o PIB poderá ser 0,9 % mais elevado",
apontam as contas. E, por arrastamento, os efeitos também serão sentidos no
mercado de trabalho, com a CE a apontar para a "criação de cerca de 50
000 postos de trabalho", sendo que "mesmo num cenário de menor
produtividade dos fundos do NextGenerationEU, continuaria a ter um impacto
significativo", concluem os serviços comunitários.
Os impactos previstos por Bruxelas são
relativamente mais modestos que as simulações avançadas pelo governo, em abril,
no Programa de Estabilidade. Na altura, os cálculos de João Leão apontavam para
um impacto de 3,5% no PIB até 2025. Já o Banco de Portugal, no Boletim
Económico de março previa um impacto até 2% em 2026 com uma previsão de criação
de emprego a rondar os 70 mil.
Ao lado de Espanha 
Portugal não foi o único país a ver aprovado
ontem o seu PRR. Depois de Lisboa com António Costa, a presidente da CE, Ursula
von der Leyen voou para Madrid para uma cerimónia idêntica com o presidente do
governo espanhol, Pedro Sanchez. O PRR de Espanha tem um financiamento previsto
de 69,5 mil milhões de euros apenas em subvenções, para já sem recurso a
empréstimos. 
De acordo com o modelo de simulações da Comissão Europeia, o impacto da bazuca na economia espanhola no curto prazo vai ser ligeiramente superior ao de Portugal, mas tem a ver com a rapidez na execução dos fundos até 2026. Já no longo prazo, num horizonte de 20 anos, o impacto vai ser ligeiramente superior em Portugal.
Primeira
tranche em julho.  Com a aprovação do PRR, o processo segue para
validação pelo Conselho que tem um mês para dar uma resposta. Só depois é feita
a primeira transferência de verbas, num pré-financiamento correspondente a 13%
dos 16,6 mil milhões de euros que estão reservados para Portugal, mas a
presidente da Comissão indicou ontem que em julho seriam disponibilizas as
primeiras verbas. "Uma vez [o PRR] adotado pelo Conselho, vamos estar em
condições de desembolsar os primeiros fundos ainda em julho", adiantou
Ursula von der Leyen na conferência de imprensa, avisando "que este não é
o fim da jornada. O trabalho começa agora."
  
Ao longo dos próximos anos, Portugal vai fazer
dois pedidos de desembolso de verbas das subvenções por ano, indicou ontem
fonte oficial da Comissão Europeia. O primeiro terá um valor de 636,1 milhões
de euros e o segundo de 1967 milhões. Já em relação aos empréstimos, Lisboa vai
fazer sete pedidos com os primeiros 700 milhões de euros a serem canalizados
para o Banco Português de Fomento.
  
Mas para ter acesso a estas verbas, o
governo tem de cumprir as metas e objetivos a que se propôs. "Portugal
deverá apresentar à Comissão um pedido devidamente justificado de pagamento da
contribuição financeira e, se relevante, do empréstimo", lê-se no anexo da
proposta de decisão, acrescentando que "Portugal deverá assegurar que a
Comissão, sempre que esta o solicite, tenha total acesso aos dados pertinentes
que apoiam a devida justificação do pedido de pagamento, quer para a avaliação
do pedido de pagamento, quer para efeitos de auditoria e controlo".
  
Questionada sobre se haveria sanções
ou se os países teriam de devolver verbas não utilizadas nos projetos
previstos, fonte oficial do executivo comunitário apenas referiu que poderiam
ser solicitadas "informações ou elementos adicionais."
Fonte: Dinheiro Vivo
https://www.dinheirovivo.pt/economia/impacto-da-bazuca-no-pib-pode-chegar-a-24-e-criar-50-mil-empregos-13844334.html
Mérito de Reportagem: Paulo Ribeiro Pinto
Ao longo dos próximos anos, Portugal vai fazer
dois pedidos de desembolso de verbas das subvenções por ano, indicou ontem
fonte oficial da Comissão Europeia. O primeiro terá um valor de 636,1 milhões
de euros e o segundo de 1967 milhões. Já em relação aos empréstimos, Lisboa vai
fazer sete pedidos com os primeiros 700 milhões de euros a serem canalizados
para o Banco Português de Fomento.
Mas para ter acesso a estas verbas, o
governo tem de cumprir as metas e objetivos a que se propôs. "Portugal
deverá apresentar à Comissão um pedido devidamente justificado de pagamento da
contribuição financeira e, se relevante, do empréstimo", lê-se no anexo da
proposta de decisão, acrescentando que "Portugal deverá assegurar que a
Comissão, sempre que esta o solicite, tenha total acesso aos dados pertinentes
que apoiam a devida justificação do pedido de pagamento, quer para a avaliação
do pedido de pagamento, quer para efeitos de auditoria e controlo".
Questionada sobre se haveria sanções
ou se os países teriam de devolver verbas não utilizadas nos projetos
previstos, fonte oficial do executivo comunitário apenas referiu que poderiam
ser solicitadas "informações ou elementos adicionais."
Fonte: Dinheiro Vivo
https://www.dinheirovivo.pt/economia/impacto-da-bazuca-no-pib-pode-chegar-a-24-e-criar-50-mil-empregos-13844334.html
Mérito de Reportagem: Paulo Ribeiro Pinto


 
 
 
 
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