O estudo “O Futuro
do Trabalho tem huManpower” da Manpower, destaca as nove principais tendências
que as empresas deverão ter em conta para responder aos desafios e mudanças
constantes no mundo do trabalho.
São elas:
Tendência 1: Escassez de talento e excesso de procura
A escassez de
talento continua a representar um desafio para as empresas, que revelam não
conseguir encontrar os profissionais com as competências de que necessitam. Por
este motivo, a aposta na capacitação das equipas, através de programas de
upskilling e reskilling, tem ganho força como estratégia para responder ao
actual desencontro de competências. Segundo dados do Talent Shortage Survey
2023, desenvolvido pelo ManpowerGroup, 76% dos empregadores afirmam planear
investir na formação das suas equipas, para que os profissionais consigam
desenvolver as competências necessárias para responder aos desafios emergentes.
Tendência 2: A vantagem das soft skills
Encontrar talento
com a formação técnica adequada tornou-se uma das principais preocupações para
quem contrata. Ainda assim, emerge cada vez mais a procura por candidatos que
se destaquem pelas suas competências humanas, as chamadas soft skills ou human skills,
em praticamente todos os sectores.
Competências como a
comunicação, a colaboração e o trabalho em equipa são, actualmente, as soft
skills mais valorizadas, com 46% dos empregadores a referir que estes são os
atributos mais importantes a considerar durante o processo de recrutamento.
Além destes,
destacam-se ainda competências como o raciocínio e a resolução de problemas,
fundamentais para 34% das empresas, e a resiliência e adaptabilidade, referidas
por 32% dos empregadores.
Tendência 3: Explorar novas bases de talento
O desafio da
escassez de talento a nível global tem vindo a incentivar as empresas a apostar
em candidatos não tradicionais, explorando novas bases de talento. Os
empregadores têm vindo a revelar-se mais dispostos a apostar em candidatos
sénior e candidatos com percursos profissionais com interrupções, que podem ser
requalificados e trazer competências diferenciadas para desempenhar as funções
necessárias. De facto, 35% das empresas inquiridas afirma estar hoje mais
disposta a contratar talento sénior.
Tendência 4:
Equilíbrio, clareza e carreiras – As chaves para a produtividade
O fim da pandemia
abriu portas ao regresso ao trabalho presencial enquanto estratégia para
aumentar a produtividade dos colaboradores. Contudo, apenas 20% dos
empregadores acreditam que a colaboração presencial é um dos principais
impulsionadores da produtividade, face aos 46% que consideram que promover o
equilíbrio entre vida pessoal e profissional é o mais importante factor gerador
de maior produtividade.
A par deste
elemento de conciliação, o desenvolvimento profissional e a criação de
objectivos e metas claros são considerados os elementos mais importantes para
promover um ambiente de trabalho produtivo e motivador, com 44% e 38% dos
empregadores a destacar estas medidas, respectivamente.
Tendência 5: A nova força de trabalho “verde”
A urgência global
no combate às alterações climáticas, aliada à maior procura por produtos
sustentáveis, aos incentivos governamentais e às expectativas dos clientes,
está a acelerar a transição para uma economia e modelos de negócio verdes.
Neste sentido, aumenta a necessidade de as empresas encontrarem talento com
green skills, capaz de responder aos novos desafios inerentes a praticamente
todos os sectores – 65% dos empregadores nacionais afirmam estar já a recrutar
para funções e competências verdes, ou planeiam fazê-lo futuramente.
Embora esta seja
uma tendência verificada em todos os sectores a nível global, é na Indústria e
Produção (36%) que os empregadores mais procuram profissionais para
funções/competências verdes em funções técnicas especializadas, segundo o Green
Jobs Report do ManpowerGroup. Segue-se o sector das Operações e Logística, com
31%, e as áreas relacionadas com as Tecnologias da Informação e Data, com 30%.
Tendência 6: Inteligência Artificial e Realidade Virtual no dia-a-dia dos
trabalhadores
A disrupção
tecnológica tem vindo a moldar fortemente os modelos de negócio, com um aumento
das preocupações relativas ao impacto das novas tecnologias no número de
empregos. Ainda assim, 58% dos empregadores revelam-se optimistas em relação ao
impacto positivo de tecnologias como a Inteligência Artificial e a Realidade
Virtual na criação de emprego, segundo dados do Immersive Tech Report da
Experis.
Estas tecnologias já estão, inclusive, a integrar processos de recrutamento,
permitindo automatizar as suas etapas iniciais, e dotando as organizações de
perfis de candidatos ajustados, mais rapidamente e com mais qualidade. Para
além disso, segundo dados do mesmo estudo, mais de dois terços dos recrutadores
acreditam ainda que a introdução da IA nos processos de selecção permitirá
remover preconceitos subconscientes na escolha dos candidatos, criando
oportunidades que sejam igualmente acessíveis a todos.
Os empregadores acreditam, assim, que estas tecnologias mais avançadas
tornar-se-ão parte do dia-a-dia dos trabalhadores, mas que não irão eliminar
empregos, mas sim criá-los de forma mais justa.
Tendência 7: Gamers, prontos para jogar?
Áreas como o gaming
e os e-sports revelam ser também um ponto a considerar pelos empregadores nos
seus processos de atracção de talento. De acordo com um assessement
desenvolvido pelo ManpowerGroup – o Gaming Skills Translator –, estes jogos
contribuem para o desenvolvimento de competências humanas como a capacidade de
aprendizagem, o pensamento crítico, o raciocínio e o trabalho em equipa. Por
este motivo, actualmente, 57% dos empregadores a nível global afirma que
consideraria as competências de gaming no processo de recrutamento, e 65%
afirma que o fará no futuro.
Tendência 8:
Procuram-se Gen Z e Millennials com competências de colaboração
As diferentes
gerações têm diferentes características e aportam valores diferentes às suas
empresas e funções. Quando questionados sobre as competências humanas mais
importantes para candidatos da Geração Z (pessoas entre os 11 e os 26 anos),
34% dos empregadores identificaram a aprendizagem activa e a curiosidade como
as competências humanas mais importantes.
Skills como a
colaboração e o trabalho em equipa, a originalidade e a criatividade foram
também apontadas como fundamentais para 30% e 24% dos recrutadores,
respectivamente.
Já no que respeita
aos candidatos Millennial, com idades entre os 27 e os 42 anos, a colaboração e
o trabalho em equipa são também muito valorizados, com 29% das empresas a
destacar estas competências, a par da responsabilidade e fiabilidade, e do
raciocínio e resolução de problemas, referidas por 25% dos empregadores.
Tendência 9: Procuram-se formadores da Geração X e Baby Boomers
Nos candidatos e
trabalhadores mais velhos são especialmente valorizadas as competências de
formação e liderança. Para a geração compreendida entre os 43 e os 58 anos – a
Geração X – a formação e o mentoring são as competências humanas mais
valorizadas, sendo referidas por 35% dos empregadores. Seguem-se a liderança e
gestão, mencionadas por 26%, e da colaboração e trabalho em equipa, por 25% das
empresas.
Ao mesmo tempo, a
formação e o mentoring, referidas por 32% dos recrutadores, a colaboração e
trabalho em equipa, por 22%, e a responsabilidade e fiabilidade, destacadas por
21%, lideram a lista para os Baby Boomers, com idades entre os 59 e os 77 anos.
Fonte: Human Resources – SAPO
https://hrportugal.sapo.pt/futuro-do-trabalho-nove-tendencias-que-as-empresas-vao-ter-mesmo-de-ter-em-conta-em-2024/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Mérito de Reportagem: Margarida Lopes