CPLP cria "visto de residência " e
"autorização de residência" para facilitar mobilidade de pessoas
Chefes de Estado e de Governo
da Comunidade dos Países de Língua Portugueses (CPLP), Luanda, AngolaOs Chefes de Estado e de Governo
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aprovaram o Acordo de
Mobilidade entre os Estados-Membros da CPLP, “um instrumento que visa contribuir
de forma efectiva para uma maior mobilidade e circulação no seio da Comunidade,
para o incremento das relações de cooperação em todos os domínios e para a
promoção do sentimento de pertença à CPLP”.
O documento, assinado pelos
chefes da diplomacia dos Estados-membros da organização durante a Cimeira de
Luanda, realizada neste sábado, 17, cria um "visto de residência
CPLP" e uma "autorização de residência CPLP" que podem ser
concedidos a todos os cidadãos nacionais dos noves países, titulares de passaportes
diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço, assim como ordinários.
O “visto de residência CPLP” é
uma autorização administrativa, concedida ao cidadão de um país para entrada no
território de outro, com a finalidade de requerer e obter autorização de
residência CPLP, modalidade esta que definida como uma "autorização
administrativa concedida ao cidadão de uma parte que lhe permite estabelecer
residência no território da parte emissora".
No caso dos passaportes
ordinários e com vista a facilitar o incremento da mobilidade e ao seu
ajustamento às realidades internas de cada país, o Acordo de Mobilidade permite
que instrumentos adicionais de parceria dividam os requerentes em grupos, em
função da actividade que exerçam ou da situação em que se encontrem.
A Mobilidade CPLP, entendida como
o regime de entrada e permanência de cidadão de um país no território de outro,
reveste das modalidades de "estada de curta duração CPLP",
"estada temporária CPLP", "visto de residência CPLP"
"residência CPLP".
Refira-se que a autorização de
residência CPLP tem a duração inicial de um ano, renovável por períodos
sucessivos de dois anos, sem prejuízo de renovações por período superior, desde
que a legislação de cada país permita.
Os responsáveis da CPLP também
comprometeram-se “a promover as diligências necessárias com vista ao
acolhimento, tão célere quanto possível, do Acordo sobre a Mobilidade nos
respetivos ordenamentos jurídicos e, ainda, a contribuir para a criação das
condições legais e institucionais para o incremento progressivo e ordenado da
mobilidade na CPLP de todos os cidadãos dos Estados-membros”.
A Declaração de Luanda, com 51
pontos, reitera os valores da promoção da democracia e desenvolvimento dos nove
países da CPLP, a cooperação, a concertação político-diplomática na arena
internacional e posicionou-se sobre vários assuntos.
Os Chefes de Estado e de Governo,
segundo o documento, “manifestaram repúdio pelos actos violentos e bárbaros
perpetrados por grupos terroristas na província de Cabo Delgado, em
Moçambique”, e exortaram a Guiné-Equatorial a pôr fim à pena de morte, de modo
a ser membro pleno da comunidade.
Os líderes da comunidade
celebraram o 25.º aniversário da Declaração Constitutiva da CPLP e,
"reafirmando a plena validade do compromisso nela consagrado com o reforço
da solidariedade e da cooperação em prol do desenvolvimento económico e social
dos seus povos, congratularam-se com a progressiva afirmação internacional da
Organização, que constitui um espaço de união pela língua comum e pelos primados
da paz, do Estado de direito, da democracia, dos direitos humanos e da justiça
social".
Na Cimeira de Luanda, Angola
assumiu a presidência rotativa da CPLP, até agora assegurada por Cabo Verde.
Participaram no encontro,
antrecido ontem da reunião do Conselho de Ministros, os Presidente de Angola,
João Lourenço, de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, da Guiné-Bissau, Umaro
Sissoco Embaló, de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho, de Portugal, Marcelo
Rebelo de Sousa, da Namíbia, Hage Geingob, o vice-Presidente do Brasil,
Hamilton Mourão, representantes dos Chefes de Estado de Moçambique, Timor-Leste
e Guiné Equatorial, assim como os primeiros-ministros de Portugal,
Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Fonte: VOA
https://www.voaportugues.com/a/cplp-cria-visto-de-resid%C3%AAncia-e-autoriza%C3%A7%C3%A3o-de-resid%C3%AAncia-para-facilitar-mobilidade-de-pessoas/5969885.html
Mérito de Reportagem: VOA Português
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