Executivo
compromete-se a continuar a apoiar laboratórios colaborativos e centros
interface, através de receitas fiscais, depois de esgotada a dotação disponível
no âmbito do PRR.
O Governo tem 186 milhões de euros no Plano de Recuperação e
Resiliência para reforçar e capacitar o Sistema Científico e Tecnológico nacional e fomentar a sua articulação com
a indústria. Uma parte do dinheiro (36 milhões de euros) vai ser usada para apoiar a contratação de 350 profissionais altamente qualificados, por 36 meses, para centros tecnológicos e laboratórios colaborativos.
A proposta é pagar
em média um salário mensal em torno dos 2.200 euros, um valor idêntico ao
que já era praticado no âmbito dos apoios concedidos no âmbito do Portugal
2020. “O valor de investimento apurado (36 milhões de euros) permitirá apoiar a
integração de cerca de 350 recursos humanos altamente qualificados, pelo
período de 36 meses, considerando um salário base mensal médio de 2.282,81
euros, a que corresponde um encargo total mensal para o empregador de 2.824,97
euros”, pode ler-se no documento. Isto porque para além
do valor do salário, propriamente dito, “são ainda elegíveis os respetivos encargos sociais
obrigatórios que, em Portugal, correspondem a 23,75% da
remuneração base”.
Os valores máximos de salário base mensal são:
·
Recursos humanos com nível de
qualificação 6 (licenciatura): 1.613,40 euros;
·
Recursos humanos com nível de
qualificação 7 (mestrado): 2.025,35 euros;
·
Recursos humanos com nível de
qualificação 8 (doutoramento e pós-doutoramento): 3.209,67 euros.
“PRR prevê
benefícios fiscais à capitalização em bolsa”
O objetivo do Executivo é assegurar que os Centros
de Interface Tecnológico e os Laboratórios Colaborativos têm “um financiamento duradouro que lhes confira
estabilidade financeira”, de modo a “concentrarem-se nas suas atividades
principais”. Ou seja, desenvolver “soluções inovadoras que permitam impulsionar
a Indústria 4.0 e acelerar a digitalização do tecido empresarial,
designadamente no que concerne a utilização de tecnologias avançadas, através
de um processo generalizado de transferência de tecnologia e cooperação entre
entidades empresariais e não empresariais do sistema de inovação”.
Em cima da mesa está “a revisão e uniformização do enquadramento
legislativo e regulamentar” dos Centros Tecnológicos e dos Centros de Interface, para clarificar o universo de entidades abrangidas, mas
também o enquadramento legislativo, regulamentar, de avaliação e de
financiamento. Mas também o alargamento da rede de Laboratórios
Colaborativos dos atuais 26 para, pelo menos, 35 este ano.
“Governo quer aumentar em 15% valor da produção
agroalimentar”.
As mudanças passam também pela introdução de um novo modelo de
financiamento, seguindo as melhores práticas internacionais:
1/3 de financiamento base, 1/3 de financiamento competitivo e 1/3 de
financiamento proveniente do mercado. O PRR assegura a fatia base. “O
financiamento de mercado refere-se a contratos industriais diretos e serviços
prestados a empresas” e o “financiamento competitivo inclui candidaturas a
fundos nacionais e internacionais (Feder, Horizonte Europa, etc.), direcionados
para atividades não económicas”.
O Executivo
compromete-se a continuar a apoiar estas entidades através de receitas
fiscais depois de esgotada a dotação disponível no âmbito do PRR e
se houver um “avaliação positiva deste modelo de financiamento”.
Em
causa está a tentativa de mudar o “perfil do tecido produtivo português (onde
predominam empresas de pequena dimensão, com baixas competências de gestão,
insuficientemente capitalizadas) e da economia” nacional (pequena e aberta).
Para
isso “é fundamental apoiar e acelerar o processo de inovação e a progressão nas
cadeias de valor através da promoção de estratégias de
clusterização e de dinâmicas de inovação colaborativa, com base em parceiras
entre instituições científicas e tecnológicas e as empresas, investindo, ao
mesmo tempo, na capacitação e no fortalecimento do sistema” de Qualificação e
Internacionalização e da Investigação e Desenvolvimento e Inovação
(I&I&I), “crucial no desenvolvimento de investigação aplicada e no
apoio à inovação empresarial, como ficou patente na resposta de Portugal à
atual crise pandémica”, explica o texto do PRR enviado para Bruxelas.
Fonte: Sapo – Eco
https://eco.sapo.pt/2021/05/12/prr-tem-36-milhoes-para-apoiar-contratacao-de-350-cientistas/
Mérito de Reportagem: Mónica
Silvares
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