Portugal definitivamente é um país de velhos.
De certa forma chega a deprimir observar o dia-a-dia deles, seja na convivência
com a vizinhança ou no trânsito ou em
qualquer outro local que você esteja.
Problemas de locomoção, doenças nas pernas principalmente, tanto nos
senhores como nas senhoras idosas.
Tentamos achar uma justificativa para isso, só por curiosidade, e
encontramos a Guerras Ultramar, travada por Portugal contra as Colônias de
Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, entre 1961 e 1974.
Os homens jovens daquela época são idosos com graves problemas de
locomoção, hoje em dia, mas e as mulheres? Por que tantas senhoras com graves
problemas de saúde?
Talvez a explicação resida no trabalho que elas tiveram em casa,
cuidando das famílias enquanto os homens estavam na Guerra.
Tempos difíceis, de muita privação, muita dor, tudo refletido nos
olhares duros e orgulhosos que eles sustentam.
Andam com dificuldade com sacolas de compras e resistem em serem
ajudados... não gostam muito.
Para eles o fato de, mesmo com dores e com lentidão, ainda serem
independentes é um motivo de orgulho.
Os jovens foram embora de Portugal e os velhos parecem que ficaram
abandonados.
Não observamos visitas na maioria das casas da nossa vizinhança, eles
definitivamente são bem solitários.
Falam alto, de modo áspero e com um sotaque gutural, falam com todos que
passam por perto. Resmungam como todo velho, mas estão sempre em atividade,
pendurando uma roupa no varal, cuidando das plantas do canteiro, observando
seus cães (também velhos e bem companheiros) andarem livremente pelas calçadas
por perto da casa, ou então lá estão eles com as sacolinhas do supermercado.
Intrigante observar a velhice em Portugal, embora dura e solitária, está
lá toda a dignidade de um povo.
Abraços,
Luciane e Fernando
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